Volta às aulas: saiba como proteger seus filhos de piolhos

Com a proximidade das voltas às aulas nas escolas públicas e privadas no Pará, além das preocupações dos pais com a compra do material escolar, há também um perigo que sempre acompanha as crianças durante suas jornadas escolares: os indesejáveis piolhos. Pais, professores e instituições de ensino, a cada ano, redobram os cuidados para que evitem uma infestação desse problema dentro das escolas e creches.

A infestação por piolho, conhecida por pediculose do couro cabeludo, é causada por um inseto que parasita na pele do hospedeiro, de acordo com a médica dermatologista Camilla Neri, de Belém. Ela explicou ao DOL que as crianças em idade escolar são mais propensas a contrair piolhos devido ao contato mais próximo umas com as outras.

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“As principais formas de pegar piolho é contato direto, destacando-se as situações de aglomeração infantil, como escolas e creches. Tem também a situação do compartilhamento de pentes e escovas de cabelo que também facilita a contaminação”, afirma a médica.

Os principais sintomas, conforme alerta Camilla Neri, consistem em uma intensa coceira no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça, podendo chegar ao pescoço e tronco; também podem surgir pontos avermelhados como picadas de mosquito; presença do parasita (piolho) e de seus ovos (lêndeas), que aparecem como pequenos pontos esbranquiçados grudados aos fios de cabelo.

Ela também explica que no meio ambiente, os piolhos permanecem vivos por no máximo 24 horas. “Já os ovos conseguem sobreviver fora do hospedeiro por até dez dias, em condições de alta umidade e temperatura acima de 28 ℃”.

Camilla Neri alerta para o fato de que o inseto não diferencia idade, raça ou nível socioeconômico. Ou seja, todas as pessoas podem pegar piolho em algum momento. As crianças em idade escolar, no entanto, estão mais propensas por causa do contato mais próximo. As meninas também têm mais chances, pois costumam trocar escovas, pentes e órios de cabelo. Logo, adultos também podem sofrer com uma infestação de piolhos.

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Como prevenir e tratar?

A médica explica que as melhores forma de tratamento de uma infestação de piolho no couro cabeludo da criança é lavar todas as roupas e utensílios pessoais usados nas últimas 48 horas, com água em temperatura acima de 50°C e/ou secados em máquinas de secar roupas nas mais altas configurações de calor.

“O método mais efetivo é o uso de Pediculicidas tópicos, que são produtos aplicados no cabelo e no couro cabeludo para combater piolhos. Mas também há tratamento à base de medicação via oral. É fundamental o tratamento dos familiares ou comunicantes do doente. Raramente é necessário o corte de cabelos de crianças acometidas”, ensina a dermatologista.

Entre algumas formas de prevenção, a dermatologista reforça para que os pais levem as crianças para a escola com cabelos presos, bem como, ⁠examinar o couro cabeludo das crianças com frequência em casa. E, que as escolas e creches façam campanhas que fomentem os pais ou responsáveis das crianças a adotarem os cuidados em suas casas.

Trabalho conjunto entre pais e colégios

Evitar cabelo solto ao ir para a escola, o uso periódico de remédios para piolho e utilização de pente fino diariamente são alguns dos cuidados tomados pela advogada Heloisy Damasceno ,de 31 anos. Ela é mãe de Maria Luisa Damasceno, de 7 anos, que estuda o 2º ano do ensino fundamental.

Heloisy disse que já precisou cortar o cabelo da filha para evitar que ela contraísse piolho quando vai para a escola. Pois, segundo a advogada, cabelo curto é mais fácil de manusear, prender e cuidar.

“Ano ado a Maria Luisa teve piolho e foi intenso. ávamos o remédio e pente fino todos os dias até conseguirmos eliminar de vez o mesmo. Mas vale ressaltar que é um trabalho conjunto entre escola e os demais pais. Pois não adianta somente uma criança ser cuidada e as demais não”, alerta a mãe.

A coordenadora pedagógica do colégio onde a filha de Heloisy estuda, Daniele Silva, explica que é muito importante esse trabalho em conjunto entre a instituição e os pais. “Nós fazemos a sensibilização dos nossos pais por meio de avisos semanais enviados na agenda digital deles. Nesses avisos semanais, a gente fala da importância da higiene, a importância do cuidado com os cabelos. Abordando, principalmente, a higiene pessoal das crianças. Assim, conseguimos evitar a proliferação rápida da pediculose em sala de aula”, reforça Daniele.