{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/907026/eles-vieram-ao-para-tomaram-acai-e-realmente-ficaram","headline":"Eles vieram ao Pará, tomaram açaí e realmente ficaram","datePublished":"2025-05-18T08:27:27.46-03:00","dateModified":"2025-05-18T08:27:16.37-03:00","author":{"@type":"Person","name":"(Cíntia Magno/ Diário do Pará)","url":"/noticias/para/907026/eles-vieram-ao-para-tomaram-acai-e-realmente-ficaram"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/imagemotimizada---2025-05-18T081623787_00907026_0_.jpg?xid=3057337","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Conheça a história de visitantes que, ao terem contato com a diversidade cultural, o clima e a simpatia do povo paraense, decidiram morar aqui em definitivo, se tornando paraenses de coração.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Na entrada do Aeroporto Internacional de Bel\\u0026#233;m, uma reflex\\u0026#227;o toma o pensamento do paranaense Fl\\u0026#225;vio Santos, 33 anos: “n\\u0026#227;o \\u0026#233; para eu ir embora. 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Eu sou um homem gay e o acolhimento da cidade no quesito de eu me sentir seguro sendo uma pessoa LGBT e habitando espa\\u0026#231;os que n\\u0026#227;o necessariamente eram para pessoas LGBT. Eu estava l\\u0026#225; no Boulevard da Gastronomia um dia, por exemplo, e estava acontecendo uma roda de carimb\\u0026#243; e eu via que tinha pessoas ali de todas as sexualidades, uma diversidade muito grande de pessoas e aquilo me fazia me sentir cada vez mais confort\\u0026#225;vel”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Originalmente do Paran\\u0026#225;, onde sua m\\u0026#227;e mora, Fl\\u0026#225;vio tinha em m\\u0026#227;os uma agem agendada para ar as festas de final de ano com a fam\\u0026#237;lia. O retorno para o Norte seria certo em fevereiro de 2025, quando ele coordenaria mais uma expedi\\u0026#231;\\u0026#227;o ao Monte Roraima ao lado do amigo. Mas foi nos \\u0026#250;ltimos minutos antes de embarcar, em dezembro de 2024, que ele decidiu que faria de Bel\\u0026#233;m sua morada. “\\u0026#201; muito engra\\u0026#231;ado porque na semana que antecedeu um pouquinho a viagem, eu tinha me aplicado para algumas vagas de trabalho. E nisso surgiu uma vaga que era de uma empresa de S\\u0026#227;o Paulo, mas a atua\\u0026#231;\\u0026#227;o era aqui em Bel\\u0026#233;m”, lembra ele, que tamb\\u0026#233;m atua profissionalmente como gestor de projetos sociais. “Eu fiz a primeira entrevista, fiz a segunda entrevista e no dia da minha agem, que era para eu ir embora, eu recebi o convite para a terceira etapa da sele\\u0026#231;\\u0026#227;o, que era a \\u0026#250;ltima”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com essa possibilidade de emprego em Bel\\u0026#233;m, na festa de despedida Fl\\u0026#225;vio j\\u0026#225; come\\u0026#231;ou a refletir sobre o que iria fazer na tal viagem de final de ano. Se o que ele desejava era descansar um pouco das viagens, n\\u0026#227;o faria muito sentido embarcar em outra. Foi quando a decis\\u0026#227;o definitiva de ficar ocorre j\\u0026#225; em frente ao Aeroporto de Bel\\u0026#233;m.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias sobre Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Fl\\u0026#225;vio abriu m\\u0026#227;o da agem. A sele\\u0026#231;\\u0026#227;o de emprego deu certo, o apartamento que ele estava considerando alugar tamb\\u0026#233;m e o jovem iniciou o ano de 2025 como o mais novo morador da capital paraense. “\\u0026#201; algo que eu n\\u0026#227;o tinha sentido a minha vida inteira. Eu conhe\\u0026#231;o 60 pa\\u0026#237;ses e v\\u0026#225;rias vezes eu pensei que eu gostaria de ficar, mas quando a gente est\\u0026#225; viajando para fora, tem um quesito que \\u0026#233; a documenta\\u0026#231;\\u0026#227;o, a quest\\u0026#227;o da legaliza\\u0026#231;\\u0026#227;o, ent\\u0026#227;o, voc\\u0026#234; tem um livre arb\\u0026#237;trio limitado. Mas dentro do Brasil existe uma flexibilidade maior”, considera. “Eu gosto muito dessa cidade, gosto muito da culin\\u0026#225;ria, esse acolhimento das pessoas, eu me sinto muito bem aqui”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Essa rela\\u0026#231;\\u0026#227;o criada com Bel\\u0026#233;m foi parar, inclusive, nas redes sociais de Fl\\u0026#225;vio (@omundoquepertenco). Compilando uma s\\u0026#233;rie de experi\\u0026#234;ncias vivenciadas na cidade, o v\\u0026#237;deo produzido por ele viralizou e, como n\\u0026#227;o poderia deixar de ser em sua vida marcada por aventuras, isso aconteceu em um momento de incerteza. “Quando chega in\\u0026#237;cio de fevereiro, esse trabalho que eu tinha sido aprovado n\\u0026#227;o deu certo mais porque era um projeto de ensino de ingl\\u0026#234;s para comunidades ind\\u0026#237;genas e ribeirinhas que estava sendo financiado pelo governo dos Estados Unidos. E a\\u0026#237; o Trump \\u0026#233; eleito e cancela todos os projetos que estavam relacionados \\u0026#224; diversidade”, conta. “E justo nessa semana que eu sou mandada embora eu fa\\u0026#231;o um v\\u0026#237;deo com um compilado de hist\\u0026#243;rias de como eu cheguei e fiquei em Bel\\u0026#233;m e esse v\\u0026#237;deo come\\u0026#231;ou a viralizar”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mais uma vez, mesmo diante das incertezas, Fl\\u0026#225;vio decidiu ficar em Bel\\u0026#233;m e, aos poucos, as coisas foram acontecendo novamente. Outras oportunidades de trabalho surgirame Bel\\u0026#233;m segue sendo sua morada. “Se n\\u0026#227;o fosse para eu chegar em Bel\\u0026#233;m, se n\\u0026#227;o fosse para eu ter feito todas essas conex\\u0026#245;es, n\\u0026#227;o era para eu estar aqui. Acho que a quest\\u0026#227;o de eu me apaixonar por Bel\\u0026#233;m vem de uma demanda interna minha de buscar um lugar para ficar e de um aspecto da cidade estar aberta para receber outras pessoas”, avalia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Fot\\u0026#243;grafo franc\\u0026#234;s atravessou o oceano e n\\u0026#227;o voltou mais\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A cena cultural local e as pessoas tamb\\u0026#233;m foram fundamentais para que o fot\\u0026#243;grafo franc\\u0026#234;s Bruno Pellerin decidisse ficar no estado do Par\\u0026#225;, h\\u0026#225; 17 anos. Em Paris, Bruno construiu uma carreira intensa como fot\\u0026#243;grafo de moda, fotografando bastidores, desfiles e grandes nomes da alta costura como Yves Saint-Laurent, Dior, Chanel, Paco Rabanne, Givenchy, entre outros. Em determinado momento, por\\u0026#233;m, sentiu necessidade de mudar. “Depois 30 anos eu n\\u0026#227;o gostei mais da minha vida na Fran\\u0026#231;a como fot\\u0026#243;grafo de moda e decidi mudar minha vida”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Naquela altura, ele ainda n\\u0026#227;o tinha ideia de onde iria estabelecer o que chama de ‘sua segunda vida’. Mas em 2003 conheceu uma paraense nas redes sociais e, depois de 5 anos de contato, decidiram que um deveria ir conhecer a cidade do outro. Foi o in\\u0026#237;cio do percurso que o fez se encantar por Bel\\u0026#233;m, sobretudo a Bel\\u0026#233;m da noite. “De in\\u0026#237;cio, o que me impressionou foram as pessoas, o clima, a beleza. Depois de algumas viagens decidi me instalar em Bel\\u0026#233;m para fazer a minha segunda vida. Foi em 2008 e eu descobri, tamb\\u0026#233;m, uma coisa impressionante para mim, que foi a vida cultural de Bel\\u0026#233;m”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Bruno Pellegrin e a filha Ana.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.parainforma.com/img/inline/900000/767x0/bruno-pellegrin-e-filha-ana_00907026_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.parainforma.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2Fbruno-pellegrin-e-filha-ana_00907026_0_.jpg%3Fxid%3D3057339%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747855691\\u0026amp;amp;xid=3057339\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.parainforma.com/img/inline/900000/767x0/bruno-pellegrin-e-filha-ana_00907026_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.parainforma.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2Fbruno-pellegrin-e-filha-ana_00907026_0_.jpg%3Fxid%3D3057339%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747855691\\u0026amp;amp;xid=3057339\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Bruno Pellegrin e a filha Ana. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Reprodu\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na capital paraense, Bruno teve contato e criou uma grande cumplicidade com artistas que contribu\\u0026#237;ram muito para que ele decidisse ficar. Depois de conhecer a riqueza cultural de Bel\\u0026#233;m, foi dif\\u0026#237;cil dizer adeus. “Eu encontrei dois cantores que me ajudaram a descobrir o mundo musical de Bel\\u0026#233;m que foram o Olivar Barreto e a Alba Mariah. Depois \\u0026#233; dif\\u0026#237;cil falar porque fui tocado pela riqueza cultural da cidade. Eu decidi ter uma segunda carreira fotogr\\u0026#225;fica, fazendo o registro da cultura paraense”, recorda. “Eu aluguei um apartamento, constru\\u0026#237; um est\\u0026#250;dio de fotografia e convidava muitos artistas para fazer retratos deles. Uma coisa legal para mim foi que em 2009 foi o Ano da Fran\\u0026#231;a no Brasil. Eu fiz uma exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o no Museu de Arte, uma exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o de 80 fotos de moda e ela permitiu um bom conhecimento de pessoas importantes da cidade para facilitar a minha vida aqui, um deles foi o Frank do Hotel Le Massilia. Isso fez com que eu decidisse morar aqui e n\\u0026#227;o voltar para a Fran\\u0026#231;a. Agora eu sou paraense, eu tomo a\\u0026#231;a\\u0026#237; com tapioca, mani\\u0026#231;oba, eu assisto ao C\\u0026#237;rio”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Interessado em registrar e divulgar essa cena cultural de Bel\\u0026#233;m, Bruno conta que sua vida na capital paraense foi muito constru\\u0026#237;da \\u0026#224; noite, que \\u0026#233; quando os m\\u0026#250;sicos fazem os seus shows. Isso possibilitou que ele conhecesse uma Bel\\u0026#233;m diferente da vista de dia, uma Bel\\u0026#233;m que ele caracteriza como ‘iluminada’. “Fiz muitas exposi\\u0026#231;\\u0026#245;es em Bel\\u0026#233;m para divulgar o meu trabalho e fiz cinco exposi\\u0026#231;\\u0026#245;es na Fran\\u0026#231;a, Martinica, na Guiana, em Paris eu fiz duas exposi\\u0026#231;\\u0026#245;es e eu quis divulgar a cultura paraense”, conta. “Um pa\\u0026#237;s sem cultura n\\u0026#227;o \\u0026#233; um pa\\u0026#237;s. O Par\\u0026#225; \\u0026#233; um local com uma cultura muito forte. No Brasil, Bel\\u0026#233;m \\u0026#233; a cidade onde tem mais artistas por metro quadrado. Todo mundo sabe cantar, sabe tocar, \\u0026#233; impressionante”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pai de uma filha paraense, a encantadora Ana, Bruno Pellerin tamb\\u0026#233;m buscou uma maneira de estar mais pr\\u0026#243;ximo da natureza que marca o Estado do Par\\u0026#225;. Comprou um s\\u0026#237;tio em Benevides e construiu uma casa ‘dentro do mato’, onde a tranquilidade reina. “Voc\\u0026#234; sente a diferen\\u0026#231;a quando voc\\u0026#234; entra no condom\\u0026#237;nio, voc\\u0026#234; respira diferente. Compramos o lote para fazer uma casa, uma piscina, uma churrasqueira para receber os amigos. Uma vida normal do brasileiro”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"acolhimento em Belém,cultura paraense,experiências em Belém,mochileiro no Brasil,morar em Belém,vida LGBT em Belém"}
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CHEGOU NO PARÁ, PAROU

Eles vieram ao Pará, tomaram açaí e realmente ficaram

Conheça a história de visitantes que, ao terem contato com a diversidade cultural, o clima e a simpatia do povo paraense, decidiram morar aqui em definitivo, se tornando paraenses de coração.

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Imagem ilustrativa da notícia Eles vieram ao Pará, tomaram açaí e realmente ficaram camera Flávio Santos é paranaense mas explicou o motivo de escolher Belém do Pará para viver. | Foto: Celso Rodrigues

Na entrada do Aeroporto Internacional de Belém, uma reflexão toma o pensamento do paranaense Flávio Santos, 33 anos: “não é para eu ir embora. Eu não vou, não”. Foi o suficiente para que ele transformasse o que seria uma visita a mais uma capital da região Norte do país, em uma escolha para morar, nem que seja até quando os seus planos mudarem novamente. Depois de fazer duas viagens ao redor do mundo e conhecer 60 países, o mochileiro decidiu descansar a bagagem na cidade das mangueiras. Uma escolha que pode ser mais comum do que se imagina entre pessoas que chegam com o objetivo inicial de apenas visitar a capital paraense.

Era a segunda vez que Flávio tinha saído para viajar pelo mundo. Depois de três anos de deslocamento entre diferentes países, ele havia voltado para o Brasil, em abril de 2024, já com a vontade de se fixar em algum lugar e descansar. Diante da dificuldade de encontrar esse lugar ideal de permanência em São Paulo, ele decidiu aceitar o convite de um amigo para colocar as mochilas nas costas de novo, dessa vez rumo ao Norte do Brasil, mais especificamente Roraima. “E eu pensei assim: Cara, não estou bem aqui, por que não ir para um outro lugar para ver se eu espaireço um pouco?”.

Depois de acompanhar o amigo na expedição pelo Monte Roraima, Flávio decidiu esticar até a Guiana, Suriname e voltar para o Brasil pelo Amapá. De volta à Região Norte do seu país, ele começou a sentir algo diferente e, logo em seguida, veio o convite que lhe levaria até Belém. “Quando eu chego aqui na região Norte, eu começo a sentir algo que eu não tinha sentido antes em outros lugares, que é o acolhimento das pessoas de falarem ‘fica aqui o tanto de tempo que você quiser, aqui é muito bom, você tem que fazer isso, tem que fazer aquilo’”, recorda. “Eu tinha planejado ficar 4 dias em Macapá, fiquei 15 e aí eu venho para Belém porque eu tinha visto a divulgação de um festival que ia acontecer aqui. Na época ia vir um artista que eu queria ver, que é o Billy Potter, e como eu já queria conhecer Belém porque há muito tempo eu já tinha escutado falar sobre a cidade, eu pensei ‘agora chegou a oportunidade’”.

Logo nas primeiras experiências na capital paraense, o mochileiro teve o infortúnio de conhecer pessoas que não foram muito legais com ele. Mas decidiu insistir e ficar em Belém para conhecer mais da cidade. Não demorou para que Flávio conhecesse, agora sim, o verdadeiro acolhimento paraense. “Aí começa a acontecer de novo aquela coisa de ‘fica aqui o tempo que você quiser, mas já é agosto, você tem que ficar para o Círio’. E eu combinei de ficar até o Círio e nisso eu vou ficando, vou ficando, vou me encantando”.

Flávio foi ficando e as coisas foram se desenrolando, muito embaladas pela diversidade cultural da cidade. A cada semana, um novo convite o levava a conhecer algo novo. “Uma coisa que eu acho que me ajudou bastante a ficar é a autenticidade cultural que Belém tem. Cada semana que eu estava aqui, as coisas iam acontecendo muito rápido. Eu participei da Feira do Livro, eu participei do festival que eu vim assistir, depois vieram várias outras coisas acontecendo na sequência e nisso eu pensei: ‘Gente, essa cidade não para’”, conta. “Outra coisa que me encantou muito foi a questão do acolhimento. Eu sou um homem gay e o acolhimento da cidade no quesito de eu me sentir seguro sendo uma pessoa LGBT e habitando espaços que não necessariamente eram para pessoas LGBT. Eu estava lá no Boulevard da Gastronomia um dia, por exemplo, e estava acontecendo uma roda de carimbó e eu via que tinha pessoas ali de todas as sexualidades, uma diversidade muito grande de pessoas e aquilo me fazia me sentir cada vez mais confortável”.

Originalmente do Paraná, onde sua mãe mora, Flávio tinha em mãos uma agem agendada para ar as festas de final de ano com a família. O retorno para o Norte seria certo em fevereiro de 2025, quando ele coordenaria mais uma expedição ao Monte Roraima ao lado do amigo. Mas foi nos últimos minutos antes de embarcar, em dezembro de 2024, que ele decidiu que faria de Belém sua morada. “É muito engraçado porque na semana que antecedeu um pouquinho a viagem, eu tinha me aplicado para algumas vagas de trabalho. E nisso surgiu uma vaga que era de uma empresa de São Paulo, mas a atuação era aqui em Belém”, lembra ele, que também atua profissionalmente como gestor de projetos sociais. “Eu fiz a primeira entrevista, fiz a segunda entrevista e no dia da minha agem, que era para eu ir embora, eu recebi o convite para a terceira etapa da seleção, que era a última”.

Com essa possibilidade de emprego em Belém, na festa de despedida Flávio já começou a refletir sobre o que iria fazer na tal viagem de final de ano. Se o que ele desejava era descansar um pouco das viagens, não faria muito sentido embarcar em outra. Foi quando a decisão definitiva de ficar ocorre já em frente ao Aeroporto de Belém.

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Flávio abriu mão da agem. A seleção de emprego deu certo, o apartamento que ele estava considerando alugar também e o jovem iniciou o ano de 2025 como o mais novo morador da capital paraense. “É algo que eu não tinha sentido a minha vida inteira. Eu conheço 60 países e várias vezes eu pensei que eu gostaria de ficar, mas quando a gente está viajando para fora, tem um quesito que é a documentação, a questão da legalização, então, você tem um livre arbítrio limitado. Mas dentro do Brasil existe uma flexibilidade maior”, considera. “Eu gosto muito dessa cidade, gosto muito da culinária, esse acolhimento das pessoas, eu me sinto muito bem aqui”.

Essa relação criada com Belém foi parar, inclusive, nas redes sociais de Flávio (@omundoquepertenco). Compilando uma série de experiências vivenciadas na cidade, o vídeo produzido por ele viralizou e, como não poderia deixar de ser em sua vida marcada por aventuras, isso aconteceu em um momento de incerteza. “Quando chega início de fevereiro, esse trabalho que eu tinha sido aprovado não deu certo mais porque era um projeto de ensino de inglês para comunidades indígenas e ribeirinhas que estava sendo financiado pelo governo dos Estados Unidos. E aí o Trump é eleito e cancela todos os projetos que estavam relacionados à diversidade”, conta. “E justo nessa semana que eu sou mandada embora eu faço um vídeo com um compilado de histórias de como eu cheguei e fiquei em Belém e esse vídeo começou a viralizar”.

Mais uma vez, mesmo diante das incertezas, Flávio decidiu ficar em Belém e, aos poucos, as coisas foram acontecendo novamente. Outras oportunidades de trabalho surgirame Belém segue sendo sua morada. “Se não fosse para eu chegar em Belém, se não fosse para eu ter feito todas essas conexões, não era para eu estar aqui. Acho que a questão de eu me apaixonar por Belém vem de uma demanda interna minha de buscar um lugar para ficar e de um aspecto da cidade estar aberta para receber outras pessoas”, avalia.

Fotógrafo francês atravessou o oceano e não voltou mais

A cena cultural local e as pessoas também foram fundamentais para que o fotógrafo francês Bruno Pellerin decidisse ficar no estado do Pará, há 17 anos. Em Paris, Bruno construiu uma carreira intensa como fotógrafo de moda, fotografando bastidores, desfiles e grandes nomes da alta costura como Yves Saint-Laurent, Dior, Chanel, Paco Rabanne, Givenchy, entre outros. Em determinado momento, porém, sentiu necessidade de mudar. “Depois 30 anos eu não gostei mais da minha vida na França como fotógrafo de moda e decidi mudar minha vida”.

Naquela altura, ele ainda não tinha ideia de onde iria estabelecer o que chama de ‘sua segunda vida’. Mas em 2003 conheceu uma paraense nas redes sociais e, depois de 5 anos de contato, decidiram que um deveria ir conhecer a cidade do outro. Foi o início do percurso que o fez se encantar por Belém, sobretudo a Belém da noite. “De início, o que me impressionou foram as pessoas, o clima, a beleza. Depois de algumas viagens decidi me instalar em Belém para fazer a minha segunda vida. Foi em 2008 e eu descobri, também, uma coisa impressionante para mim, que foi a vida cultural de Belém”.

Bruno Pellegrin e a filha Ana.
📷 Bruno Pellegrin e a filha Ana. |Foto: Reprodução

Na capital paraense, Bruno teve contato e criou uma grande cumplicidade com artistas que contribuíram muito para que ele decidisse ficar. Depois de conhecer a riqueza cultural de Belém, foi difícil dizer adeus. “Eu encontrei dois cantores que me ajudaram a descobrir o mundo musical de Belém que foram o Olivar Barreto e a Alba Mariah. Depois é difícil falar porque fui tocado pela riqueza cultural da cidade. Eu decidi ter uma segunda carreira fotográfica, fazendo o registro da cultura paraense”, recorda. “Eu aluguei um apartamento, construí um estúdio de fotografia e convidava muitos artistas para fazer retratos deles. Uma coisa legal para mim foi que em 2009 foi o Ano da França no Brasil. Eu fiz uma exposição no Museu de Arte, uma exposição de 80 fotos de moda e ela permitiu um bom conhecimento de pessoas importantes da cidade para facilitar a minha vida aqui, um deles foi o Frank do Hotel Le Massilia. Isso fez com que eu decidisse morar aqui e não voltar para a França. Agora eu sou paraense, eu tomo açaí com tapioca, maniçoba, eu assisto ao Círio”.

Interessado em registrar e divulgar essa cena cultural de Belém, Bruno conta que sua vida na capital paraense foi muito construída à noite, que é quando os músicos fazem os seus shows. Isso possibilitou que ele conhecesse uma Belém diferente da vista de dia, uma Belém que ele caracteriza como ‘iluminada’. “Fiz muitas exposições em Belém para divulgar o meu trabalho e fiz cinco exposições na França, Martinica, na Guiana, em Paris eu fiz duas exposições e eu quis divulgar a cultura paraense”, conta. “Um país sem cultura não é um país. O Pará é um local com uma cultura muito forte. No Brasil, Belém é a cidade onde tem mais artistas por metro quadrado. Todo mundo sabe cantar, sabe tocar, é impressionante”.

Pai de uma filha paraense, a encantadora Ana, Bruno Pellerin também buscou uma maneira de estar mais próximo da natureza que marca o Estado do Pará. Comprou um sítio em Benevides e construiu uma casa ‘dentro do mato’, onde a tranquilidade reina. “Você sente a diferença quando você entra no condomínio, você respira diferente. Compramos o lote para fazer uma casa, uma piscina, uma churrasqueira para receber os amigos. Uma vida normal do brasileiro”.

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