CNU 2025: quais as diferenças entre a primeira e a segunda edição?

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi escolhida como banca organizadora da próxima edição do CNU (Concurso Nacional Unificado). O contrato firmado tem valor de R$ 72 milhões, e o concurso oferece 3.652 vagas em 36 órgãos públicos, com salários iniciais de até R$ 16 mil.

O edital da seleção deve ser publicado no próximo mês. A prova objetiva está prevista para o dia 5 de outubro, e a prova discursiva deve ser aplicada em 7 de dezembro. A divulgação dos resultados finais está prevista para fevereiro de 2026.

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Letícia Bastos, professora de português do Gran Concursos, explica que a FGV é conhecida por aplicar provas mais densas e exigentes, especialmente quando comparada a outras bancas tradicionais.

“Suas questões costumam exigir do candidato interpretação refinada, leitura atenta e domínio profundo dos conteúdos. Não é incomum que os enunciados sejam complexos e que tenham pegadinhas sutis”, diz a especialista. A professora também diz que a banca valoriza a capacidade de análise crítica e o raciocínio lógico aplicado, mesmo em disciplinas teóricas.

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DIFERENÇAS ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA EDIÇÃO

Letícia explica que a Cesgranrio, banca organizadora da primeira edição do CNU, apresenta uma abordagem mais direta e objetiva. Segundo ela, suas questões geralmente cobram conhecimento literal, interpretação mais simples e aplicação direta das regras.

“Já a FGV costuma ir além: explora ambiguidades, sutilezas de linguagem, vocabulário mais erudito e construção textual. A mudança de banca indica um aumento no grau de complexidade das provas, o que exige preparação mais cuidadosa e aprofundada”, afirma a professora.

Com relação à prova de português, Letícia explica que essa é uma das áreas em que a diferença entre as duas bancas é mais evidente. Enquanto a Cesgranrio costuma focar em interpretação básica de texto e regras gramaticais aplicadas, a FGV exige domínio avançado da norma culta, análise sintática profunda, pontuação, coesão textual e vocabulário contextualizado.

“A banca cobra, por exemplo, uso de pronomes, colocação, regência e concordância em níveis mais sofisticados, além de explorar elementos estilísticos e efeitos de sentido -o que demanda uma leitura muito mais crítica e técnica do candidato”, diz.

Ao todo, serão 508 vagas para nível médio e 3.144 para nível superior, sendo que 1.172 são para cadastro de reserva. A maioria das oportunidades está sediada em Brasília (DF), mas existem algumas para Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belém (PA).

Entre os órgãos autorizados estão o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o HFA (Hospital das Forças Armadas) e os Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Neste ano, o CNU terá um edital unificado para todos os nove blocos temáticos. Na edição de 2024, foram oito editais diferentes -sete para os postos de nível superior e um para os de ensino médio. O candidato precisava escolher, no momento da inscrição, o bloco com as vagas de seu interesse.

Após problemas com o preenchimento do cartão-resposta, que levaram candidatos a contestarem a primeira edição do concurso na Justiça, o Ministério da Gestão decidiu implementar um sistema de código de barras para identificar os candidatos.

Aragonê Fernandes, professor do Gran Concursos, diz que o novo CNU traz mais oportunidades para os candidatos de nível médio, em relação à primeira edição, uma vez que conta com diversas oportunidades em agências reguladoras, com remuneração inicial de R$ 9.000, quase equiparada a salários de técnicos judiciários, por exemplo.

CALENDÁRIO PREVISTO PARA O CNU DE 2025

• Edital e inscrições: julho
• Prova objetiva: 5 de outubro
• Prova discursiva (habilitados da 1ª fase): 7 de dezembro
• Divulgação de resultados: fevereiro de 2026