Tem Air fryer? Ela pode estar afetando a sua saúde. Entenda

A air fryer conquistou espaço nas cozinhas brasileiras e se tornou um dos eletrodomésticos mais populares dos últimos anos. Com a promessa de preparar alimentos com pouco ou nenhum óleo, o equipamento ganhou fama de ser uma alternativa mais saudável às frituras tradicionais. No entanto, especialistas em saúde e nutrição fazem um alerta: o uso frequente da fritadeira elétrica pode não ser tão inofensivo quanto muitos acreditam.

O médico Samuel Dalle Laste, conhecido por compartilhar conteúdos informativos em seu canal no YouTube, chamou atenção ao publicar um vídeo que já soma mais de 470 mil visualizações. No material, ele afirma que, apesar de dispensar o uso de óleo, a air fryer ainda pode representar riscos à saúde devido à formação de uma substância chamada acrilamida, potencialmente cancerígena.

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Segundo o especialista, a acrilamida se forma quando alimentos ricos em carboidratos — como batatas, pães e massas — são submetidos a temperaturas elevadas, geralmente acima de 120°C. “Essa substância não é exclusiva da air fryer. Ela aparece sempre que cozinhamos certos alimentos a altas temperaturas, inclusive em fornos e fritadeiras convencionais”, explica Dalle Laste.

VEJA O VÍDEO EXPLICANDO

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica a acrilamida como “possivelmente cancerígena para humanos”. Estudos com animais apontam que a exposição contínua pode estar relacionada não apenas ao desenvolvimento de câncer, mas também à infertilidade e prejuízos cognitivos. No entanto, os efeitos em humanos ainda carecem de maiores evidências científicas.

Apesar do alerta, especialistas ressaltam que o uso moderado da air fryer, aliado a práticas conscientes de preparo, ainda é uma opção mais saudável do que frituras por imersão em óleo. Uma matéria publicada pelo UOL VivaBem destaca que alimentos feitos na air fryer chegam a apresentar até 90% menos acrilamida do que aqueles fritos no óleo tradicional.

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Para minimizar os riscos, a recomendação é evitar temperaturas muito altas e não deixar os alimentos escurecerem demais. “O ideal é que fiquem levemente dourados, nunca queimados. Quanto mais escuro, maior a presença de acrilamida”, reforça o médico. Também é indicado evitar alimentos industrializados e pré-fritos, como batatas congeladas e nuggets, que já aram por processos de cocção antes de irem à air fryer.

Outro ponto importante é diversificar a alimentação. “O problema não está no uso eventual do equipamento, mas na repetição e na falta de variedade na dieta. A base alimentar deve ser composta por frutas, legumes, verduras e alimentos naturais”, aponta Dalle Laste.

Em resumo, a air fryer pode sim ser uma aliada de quem busca uma alimentação mais equilibrada — desde que seu uso seja consciente e parte de um conjunto de escolhas saudáveis.