{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/909910/prefeitura-de-ananindeua-documentos-indicam-desvio-do-dinheiro-do-sus","headline":"Prefeitura de Ananindeua: documentos indicam desvio do dinheiro do SUS","datePublished":"2025-06-07T07:41:04.173-03:00","dateModified":"2025-06-07T07:40:49.15-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará","url":"/noticias/para/909910/prefeitura-de-ananindeua-documentos-indicam-desvio-do-dinheiro-do-sus"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/Design-sem-nome---2025-06-07T073129324_00909910_0_.png?xid=3068139","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Segundo relatório do Ministério da Saúde, rees de recursos foram feitos à istração de Daniel Santos para manter centro de hemodiálise, mas local acabou fechando por dívidas de mais de R$ 3 milhões","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Documentos do Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de indicam que a Prefeitura de Ananindeua estaria desviando dinheiro do Sistema \\u0026#218;nico de Sa\\u0026#250;de (SUS). O Minist\\u0026#233;rio afirma que reou o dinheiro \\u0026#224; Prefeitura. S\\u0026#243; que ela n\\u0026#227;o pagou o Centro de Hemodi\\u0026#225;lise Ari Gon\\u0026#231;alves (CEHMO). Assim, ningu\\u0026#233;m sabe o que ela fez com esses recursos, que s\\u0026#227;o “carimbados at\\u0026#233; no CNPJ”: s\\u0026#243; podem ser usados para pagar as empresas \\u0026#224;s quais se destinam. A d\\u0026#237;vida com o CEHMO, que vem desde 2023, estaria em mais de R$ 3 milh\\u0026#245;es. Por causa disso, ele encerrou as suas atividades em Ananindeua, no \\u0026#250;ltimo dia 20. Foi o terceiro estabelecimento de Sa\\u0026#250;de a fechar as portas, naquela cidade, por falta de pagamento do dinheiro do SUS, pelo prefeito Daniel Santos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“N\\u0026#227;o \\u0026#233; conhecida a motiva\\u0026#231;\\u0026#227;o do n\\u0026#227;o ree dos recursos \\u0026#224; Unidade de Sa\\u0026#250;de (o CEHMO), visto que o Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de realizou todos os rees, conforme produ\\u0026#231;\\u0026#227;o (os servi\\u0026#231;os) apresentada e aprovada por essa Secretaria Municipal de Sa\\u0026#250;de no per\\u0026#237;odo reclamado, ou seja da compet\\u0026#234;ncia setembro de 2023 \\u0026#224; compet\\u0026#234;ncia janeiro de 2025 (...)”, diz o of\\u0026#237;cio 62/2025/ DRAC/CGOF/DRAC /SAES/MS, enviado pelo Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de \\u0026#224; SESAU, a secretaria municipal de Sa\\u0026#250;de de Ananindeua, em 18 de mar\\u0026#231;o deste ano. Ele est\\u0026#225; assinado pelo diretor do Departamento de Regula\\u0026#231;\\u0026#227;o Assistencial e Controle do Minist\\u0026#233;rio, Carlos Am\\u0026#237;lcar Salgado, que deu um prazo de 30 dias para a SESAU esclarecer o atraso. Pelas normas do Minist\\u0026#233;rio, as prefeituras t\\u0026#234;m 5 dias \\u0026#250;teis para pagar os estabelecimentos de sa\\u0026#250;de, ap\\u0026#243;s receberem os recursos do SUS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O “assunto” do of\\u0026#237;cio \\u0026#233; “Desvio de verba Federal. Reten\\u0026#231;\\u0026#227;o indevida de ree do Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de. Servi\\u0026#231;o essencial de sa\\u0026#250;de p\\u0026#250;blica. Hemodi\\u0026#225;lise. Preju\\u0026#237;zo no atendimento”. Ele foi motivado por uma den\\u0026#250;ncia do advogado do CEHMO, Gabriel Barreto. Na \\u0026#233;poca, segundo ele, a d\\u0026#237;vida da Prefeitura com a empresa estava em mais de R$ 3,6 milh\\u0026#245;es, por servi\\u0026#231;os realizados de setembro de 2023 a fevereiro de 2025. A SESAU alegou que o atraso decorreria de uma “auditoria interna” dessa d\\u0026#237;vida. A conclus\\u0026#227;o foi de que a Prefeitura deve dinheiro, de fato, \\u0026#224; empresa. Mas, diz Barreto, a SESAU nem sequer respondeu ao pedido do Minist\\u0026#233;rio para que comprovasse, com documentos, que realmente realizou essa auditoria, e qual o destino do dinheiro que lhe foi reado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo o advogado, h\\u0026#225; mais de 1 ano que a Prefeitura n\\u0026#227;o paga as cl\\u0026#237;nicas de hemodi\\u0026#225;lise da cidade, apesar de se tratar de um servi\\u0026#231;o essencial, ininterrupto e cujos recursos possuem prioridade na \\u0026#225;rea da Sa\\u0026#250;de. Ele denunciou o fato aos minist\\u0026#233;rios p\\u0026#250;blicos do Par\\u0026#225; (MPPA) e Federal (MPF), ao Tribunal de Contas da Uni\\u0026#227;o (TCU) e, por diversas vezes, ao Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de, que, diz ele, estaria estudando a possibilidade de suspender os rees de recursos do SUS \\u0026#224; Prefeitura de Ananindeua, at\\u0026#233; a regulariza\\u0026#231;\\u0026#227;o dos pagamentos ao CEHMO. Na \\u0026#250;ltima sexta-feira, o DI\\u0026#193;RIO enviou e-mails ao Minist\\u0026#233;rio para confirmar a informa\\u0026#231;\\u0026#227;o, mas ainda n\\u0026#227;o obteve resposta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer ler mais not\\u0026#237;cias do Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; rel=\\u0026quot;nofollow noopener noreferrer sponsored ugc\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e o nosso canal no WhatsApp!\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;SUMI\\u0026#199;O\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;N\\u0026#227;o \\u0026#233; a primeira vez que surgem fortes ind\\u0026#237;cios de desvio do dinheiro do SUS pela Prefeitura de Ananindeua. Em abril do ano ado, o DI\\u0026#193;RIO mostrou o sumi\\u0026#231;o de R$ 20 milh\\u0026#245;es do SUS, reados pelo Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de \\u0026#224; Prefeitura. Ela pediu o dinheiro ao Minist\\u0026#233;rio para o pagamento de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de RUE (Retaguarda de Urg\\u0026#234;ncia e Emerg\\u0026#234;ncia) do Hospital Camilo Salgado, em 2021 e 2022. S\\u0026#243; que o hospital n\\u0026#227;o prestava servi\\u0026#231;os ao SUS desde 2021.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No portal da Transpar\\u0026#234;ncia, o DI\\u0026#193;RIO n\\u0026#227;o encontrou pagamentos da Prefeitura, no valor de R$ 20 milh\\u0026#245;es, ao Camilo Salgado, que foi at\\u0026#233; desapropriado, em outubro de 2021. Al\\u0026#233;m disso, segundo a Sespa, a secretaria estadual de Sa\\u0026#250;de, tamb\\u0026#233;m n\\u0026#227;o havia relat\\u0026#243;rios da produ\\u0026#231;\\u0026#227;o desses servi\\u0026#231;os, pelo hospital, nos anos de 2021 e 2022, nos sistemas de Informa\\u0026#231;\\u0026#227;o Ambulatorial (SIA) e de Informa\\u0026#231;\\u0026#227;o Hospitalar Descentralizado (SIHD), do Datasus, o departamento de Inform\\u0026#225;tica do SUS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;De acordo com o SIA e o SIHD, informou a Sespa, a Prefeitura recebeu cerca de R$ 10 milh\\u0026#245;es por ano, em 2021 e 2022, para o custeio de leitos de UTI e RUE do Camilo Salgado. Por incr\\u0026#237;vel que pare\\u0026#231;a, recebeu recursos at\\u0026#233; mesmo em 2023, levantando a possibilidade de que o dinheiro “desaparecido” atingisse at\\u0026#233; R$ 29,5 milh\\u0026#245;es. Segundo o portal da Transpar\\u0026#234;ncia, em 2021 a Prefeitura “empenhou” em favor do hospital (ou seja, comprometeu-se a pagar a ele) R$ 1,175 milh\\u0026#227;o, por servi\\u0026#231;os ambulatoriais e hospitalares, com dinheiro do SUS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;S\\u0026#243; que a maioria esmagadora desses “empenhos” foi anulada, em dezembro de 2021. Assim, o Camilo Salgado acabou recebendo, naquele ano, apenas R$ 177.787,35. Al\\u0026#233;m disso, todos esses “empenhos” foram para pagar servi\\u0026#231;os realizados entre novembro de 2020 e abril de 2021. J\\u0026#225; em 2022 e 2023, os \\u0026#250;nicos empenhos para o hospital foram para o pagamento de parcelas da indeniza\\u0026#231;\\u0026#227;o pela desapropria\\u0026#231;\\u0026#227;o, o que nada tem a ver com o SUS. N\\u0026#227;o h\\u0026#225;, em 2022 e 2023, qualquer men\\u0026#231;\\u0026#227;o a servi\\u0026#231;os ambulatoriais e hospitalares realizados pelo Camilo Salgado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;Hospital ligado ao prefeito j\\u0026#225; recebeu mais de R$ 100 milh\\u0026#245;es\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre janeiro de 2021 e o \\u0026#250;ltimo 8 de maio, a Prefeitura de Ananindeua pagou ao Hospital Santa Maria, que pertenceu ou pertence ao prefeito Daniel Santos, mais de R$ 103 milh\\u0026#245;es, com dinheiro do SUS. Os n\\u0026#250;meros s\\u0026#227;o do portal da Transpar\\u0026#234;ncia e foram atualizados pelo DI\\u0026#193;RIO com base no IPCA de abril. Enquanto isso, cl\\u0026#237;nicas e hospitais da cidade fecham as portas, porque a Prefeitura recebe o dinheiro do SUS e n\\u0026#227;o paga esses estabelecimentos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre 2021 e 2024, a Prefeitura recebeu quase R$ 1 bilh\\u0026#227;o do SUS, mais da metade para o pagamento de servi\\u0026#231;os hospitalares e ambulatoriais, diz o InvestSUS, servi\\u0026#231;o online de consulta a todos os rees do SUS aos estados e munic\\u0026#237;pios. O dinheiro foi reado m\\u0026#234;s a m\\u0026#234;s, sem interrup\\u0026#231;\\u0026#245;es. Mesmo assim, a Prefeitura paga os hospitais e cl\\u0026#237;nicas com atrasos que se estendem, em geral, por 6 meses, mas podem chegar a anos, como no caso do CEHMO.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Enquanto outros hospitais fecham por falta de pagamento, o Santa Maria tem abund\\u0026amp;#226;ncia de recursos\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.parainforma.com/img/inline/900000/767x0/Design-sem-nome---2025-06-07T073109604_00909910_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.parainforma.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FDesign-sem-nome---2025-06-07T073109604_00909910_0_.png%3Fxid%3D3068141%26resize%3D380%252C200%26t%3D1749292912\\u0026amp;amp;xid=3068141\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.parainforma.com/img/inline/900000/767x0/Design-sem-nome---2025-06-07T073109604_00909910_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.parainforma.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FDesign-sem-nome---2025-06-07T073109604_00909910_0_.png%3Fxid%3D3068141%26resize%3D380%252C200%26t%3D1749292912\\u0026amp;amp;xid=3068141\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Enquanto outros hospitais fecham por falta de pagamento, o Santa Maria tem abund\\u0026amp;#226;ncia de recursos |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Celso Rodrigues/Di\\u0026amp;#225;rio do Par\\u0026amp;#225;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No ano ado, esses calotes quase levam \\u0026#224; fal\\u0026#234;ncia o Hospital de Cl\\u0026#237;nicas de Ananindeua (HCA). Em janeiro deste ano, levaram ao fechamento do Hospital Anita Gerosa, a \\u0026#250;nica maternidade que funcionava 24 Horas e atendia gravidez de alto risco, naquela cidade. S\\u0026#243; ao HCA, Anita Gerosa e CEHMO, a Prefeitura devia, no final do ano ado, cerca de R$ 13 milh\\u0026#245;es, apesar de receber, em m\\u0026#233;dia, R$ 21 milh\\u0026#245;es mensais do SUS. E apesar de ter pagado ao Santa Maria mais de R$ 22 milh\\u0026#245;es (atualizados), s\\u0026#243; no ano ado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outro hospital a fechar as portas na istra\\u0026#231;\\u0026#227;o do prefeito Daniel Santos foi o Camilo Salgado, no bairro do Coqueiro. Ele foi desapropriado em 2021, para a constru\\u0026#231;\\u0026#227;o do Pronto Socorro Municipal. A indeniza\\u0026#231;\\u0026#227;o pela desapropria\\u0026#231;\\u0026#227;o, que era de R$ 14 milh\\u0026#245;es, deveria ser paga, em parcelas, ao longo de 2022. Mas os pagamentos atrasaram. E quando foram suspensos, em dezembro de 2023, a Prefeitura ainda devia R$ 4 milh\\u0026#245;es aos donos do hospital. Segundo eles, os atrasos de pagamento e o calote milion\\u0026#225;rio impediram que reabrissem o Camilo Salgado em outro local.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;interven\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em fevereiro deste ano, o Minist\\u0026#233;rio P\\u0026#250;blico do Par\\u0026#225; (MPPA) ajuizou pedido para que o Tribunal de Justi\\u0026#231;a do Estado (TJPA) determine que o Governo do Estado intervenha no sistema de Sa\\u0026#250;de de Ananindeua. \\u0026#201; que o fechamento de cl\\u0026#237;nicas e hospitais prejudica os moradores da cidade e sobrecarrega os sistemas de sa\\u0026#250;de de toda a Regi\\u0026#227;o Metropolitana. S\\u0026#243; os hospitais de Bel\\u0026#233;m e do Governo do Estado registraram um aumento de 88 por cento, no primeiro trimestre deste ano em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao primeiro trimestre de 2023, nos atendimentos a pacientes oriundos de Ananindeua.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo o advogado Giussepp Mendes, o n\\u0026#227;o pagamento ou o atraso injustificado de pagamento de estabelecimentos de sa\\u0026#250;de configura “desvio de finalidade”. E “em determinadas circunst\\u0026#226;ncias”, pode caracterizar apropria\\u0026#231;\\u0026#227;o ind\\u0026#233;bita de verba p\\u0026#250;blica, com implica\\u0026#231;\\u0026#245;es istrativas, c\\u0026#237;veis e penais, para os respons\\u0026#225;veis.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com base na Lei da Transpar\\u0026#234;ncia, ele j\\u0026#225; solicitou informa\\u0026#231;\\u0026#245;es \\u0026#224; Prefeitura de Ananindeua sobre os recursos do SUS que n\\u0026#227;o foram pagos ao CEHMO. A seu ver, o of\\u0026#237;cio enviado pelo Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de \\u0026#224; SESAU e outros documentos “confirmam expressamente” o ree desse dinheiro \\u0026#224; Prefeitura, com base na produ\\u0026#231;\\u0026#227;o de servi\\u0026#231;os apresentada pela pr\\u0026#243;pria SESAU.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo ele, a an\\u0026#225;lise desses documentos “evidencia que os rees do Minist\\u0026#233;rio ocorreram em conformidade com os dados de produ\\u0026#231;\\u0026#227;o informados pela Secretaria de Sa\\u0026#250;de, dentro dos crit\\u0026#233;rios previstos nas normativas vigentes, observando os princ\\u0026#237;pios da legalidade, da efici\\u0026#234;ncia e da transpar\\u0026#234;ncia na gest\\u0026#227;o dos recursos p\\u0026#250;blicos”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ele enfatiza que os indicadores assistenciais apresentados pela SESAU foram compat\\u0026#237;veis com as metas pactuadas, “o que justifica a libera\\u0026#231;\\u0026#227;o dos valores por parte do Governo Federal”. E destaca que, ap\\u0026#243;s o ree do dinheiro pelo Minist\\u0026#233;rio, “\\u0026#233; de inteira responsabilidade da Prefeitura de Ananindeua, por meio de sua Secretaria de Sa\\u0026#250;de, a efetiva\\u0026#231;\\u0026#227;o dos pagamentos aos prestadores de servi\\u0026#231;o contratados”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"auditoria na saúde pública,desvio de verba SUS,dívida com CEHMO,fechamento de hospitais,Prefeitura de Ananindeua,recursos do Ministério da Saúde"}
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CRISE NA SAÚDE

Prefeitura de Ananindeua: documentos indicam desvio do dinheiro do SUS

Segundo relatório do Ministério da Saúde, rees de recursos foram feitos à istração de Daniel Santos para manter centro de hemodiálise, mas local acabou fechando por dívidas de mais de R$ 3 milhões.

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Imagem ilustrativa da notícia Prefeitura de Ananindeua: documentos indicam desvio do dinheiro do SUS camera Pacientes renais chegaram a protestar contra o fechamento do CEHMO, mas nada adiantou, prejudicando o atendimento | Wagner Almeida/Diário do Pará

Documentos do Ministério da Saúde indicam que a Prefeitura de Ananindeua estaria desviando dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério afirma que reou o dinheiro à Prefeitura. Só que ela não pagou o Centro de Hemodiálise Ari Gonçalves (CEHMO). Assim, ninguém sabe o que ela fez com esses recursos, que são “carimbados até no CNPJ”: só podem ser usados para pagar as empresas às quais se destinam. A dívida com o CEHMO, que vem desde 2023, estaria em mais de R$ 3 milhões. Por causa disso, ele encerrou as suas atividades em Ananindeua, no último dia 20. Foi o terceiro estabelecimento de Saúde a fechar as portas, naquela cidade, por falta de pagamento do dinheiro do SUS, pelo prefeito Daniel Santos.

“Não é conhecida a motivação do não ree dos recursos à Unidade de Saúde (o CEHMO), visto que o Ministério da Saúde realizou todos os rees, conforme produção (os serviços) apresentada e aprovada por essa Secretaria Municipal de Saúde no período reclamado, ou seja da competência setembro de 2023 à competência janeiro de 2025 (...)”, diz o ofício 62/2025/ DRAC/CGOF/DRAC /SAES/MS, enviado pelo Ministério da Saúde à SESAU, a secretaria municipal de Saúde de Ananindeua, em 18 de março deste ano. Ele está assinado pelo diretor do Departamento de Regulação Assistencial e Controle do Ministério, Carlos Amílcar Salgado, que deu um prazo de 30 dias para a SESAU esclarecer o atraso. Pelas normas do Ministério, as prefeituras têm 5 dias úteis para pagar os estabelecimentos de saúde, após receberem os recursos do SUS.

O “assunto” do ofício é “Desvio de verba Federal. Retenção indevida de ree do Ministério da Saúde. Serviço essencial de saúde pública. Hemodiálise. Prejuízo no atendimento”. Ele foi motivado por uma denúncia do advogado do CEHMO, Gabriel Barreto. Na época, segundo ele, a dívida da Prefeitura com a empresa estava em mais de R$ 3,6 milhões, por serviços realizados de setembro de 2023 a fevereiro de 2025. A SESAU alegou que o atraso decorreria de uma “auditoria interna” dessa dívida. A conclusão foi de que a Prefeitura deve dinheiro, de fato, à empresa. Mas, diz Barreto, a SESAU nem sequer respondeu ao pedido do Ministério para que comprovasse, com documentos, que realmente realizou essa auditoria, e qual o destino do dinheiro que lhe foi reado.

Segundo o advogado, há mais de 1 ano que a Prefeitura não paga as clínicas de hemodiálise da cidade, apesar de se tratar de um serviço essencial, ininterrupto e cujos recursos possuem prioridade na área da Saúde. Ele denunciou o fato aos ministérios públicos do Pará (MPPA) e Federal (MPF), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e, por diversas vezes, ao Ministério da Saúde, que, diz ele, estaria estudando a possibilidade de suspender os rees de recursos do SUS à Prefeitura de Ananindeua, até a regularização dos pagamentos ao CEHMO. Na última sexta-feira, o DIÁRIO enviou e-mails ao Ministério para confirmar a informação, mas ainda não obteve resposta.

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SUMIÇO

Não é a primeira vez que surgem fortes indícios de desvio do dinheiro do SUS pela Prefeitura de Ananindeua. Em abril do ano ado, o DIÁRIO mostrou o sumiço de R$ 20 milhões do SUS, reados pelo Ministério da Saúde à Prefeitura. Ela pediu o dinheiro ao Ministério para o pagamento de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de RUE (Retaguarda de Urgência e Emergência) do Hospital Camilo Salgado, em 2021 e 2022. Só que o hospital não prestava serviços ao SUS desde 2021.

No portal da Transparência, o DIÁRIO não encontrou pagamentos da Prefeitura, no valor de R$ 20 milhões, ao Camilo Salgado, que foi até desapropriado, em outubro de 2021. Além disso, segundo a Sespa, a secretaria estadual de Saúde, também não havia relatórios da produção desses serviços, pelo hospital, nos anos de 2021 e 2022, nos sistemas de Informação Ambulatorial (SIA) e de Informação Hospitalar Descentralizado (SIHD), do Datasus, o departamento de Informática do SUS.

De acordo com o SIA e o SIHD, informou a Sespa, a Prefeitura recebeu cerca de R$ 10 milhões por ano, em 2021 e 2022, para o custeio de leitos de UTI e RUE do Camilo Salgado. Por incrível que pareça, recebeu recursos até mesmo em 2023, levantando a possibilidade de que o dinheiro “desaparecido” atingisse até R$ 29,5 milhões. Segundo o portal da Transparência, em 2021 a Prefeitura “empenhou” em favor do hospital (ou seja, comprometeu-se a pagar a ele) R$ 1,175 milhão, por serviços ambulatoriais e hospitalares, com dinheiro do SUS.

Só que a maioria esmagadora desses “empenhos” foi anulada, em dezembro de 2021. Assim, o Camilo Salgado acabou recebendo, naquele ano, apenas R$ 177.787,35. Além disso, todos esses “empenhos” foram para pagar serviços realizados entre novembro de 2020 e abril de 2021. Já em 2022 e 2023, os únicos empenhos para o hospital foram para o pagamento de parcelas da indenização pela desapropriação, o que nada tem a ver com o SUS. Não há, em 2022 e 2023, qualquer menção a serviços ambulatoriais e hospitalares realizados pelo Camilo Salgado.

Hospital ligado ao prefeito já recebeu mais de R$ 100 milhões

Entre janeiro de 2021 e o último 8 de maio, a Prefeitura de Ananindeua pagou ao Hospital Santa Maria, que pertenceu ou pertence ao prefeito Daniel Santos, mais de R$ 103 milhões, com dinheiro do SUS. Os números são do portal da Transparência e foram atualizados pelo DIÁRIO com base no IPCA de abril. Enquanto isso, clínicas e hospitais da cidade fecham as portas, porque a Prefeitura recebe o dinheiro do SUS e não paga esses estabelecimentos.

Entre 2021 e 2024, a Prefeitura recebeu quase R$ 1 bilhão do SUS, mais da metade para o pagamento de serviços hospitalares e ambulatoriais, diz o InvestSUS, serviço online de consulta a todos os rees do SUS aos estados e municípios. O dinheiro foi reado mês a mês, sem interrupções. Mesmo assim, a Prefeitura paga os hospitais e clínicas com atrasos que se estendem, em geral, por 6 meses, mas podem chegar a anos, como no caso do CEHMO.

Enquanto outros hospitais fecham por falta de pagamento, o Santa Maria tem abundância de recursos
📷 Enquanto outros hospitais fecham por falta de pagamento, o Santa Maria tem abundância de recursos |Celso Rodrigues/Diário do Pará

No ano ado, esses calotes quase levam à falência o Hospital de Clínicas de Ananindeua (HCA). Em janeiro deste ano, levaram ao fechamento do Hospital Anita Gerosa, a única maternidade que funcionava 24 Horas e atendia gravidez de alto risco, naquela cidade. Só ao HCA, Anita Gerosa e CEHMO, a Prefeitura devia, no final do ano ado, cerca de R$ 13 milhões, apesar de receber, em média, R$ 21 milhões mensais do SUS. E apesar de ter pagado ao Santa Maria mais de R$ 22 milhões (atualizados), só no ano ado.

Outro hospital a fechar as portas na istração do prefeito Daniel Santos foi o Camilo Salgado, no bairro do Coqueiro. Ele foi desapropriado em 2021, para a construção do Pronto Socorro Municipal. A indenização pela desapropriação, que era de R$ 14 milhões, deveria ser paga, em parcelas, ao longo de 2022. Mas os pagamentos atrasaram. E quando foram suspensos, em dezembro de 2023, a Prefeitura ainda devia R$ 4 milhões aos donos do hospital. Segundo eles, os atrasos de pagamento e o calote milionário impediram que reabrissem o Camilo Salgado em outro local.

intervenção

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público do Pará (MPPA) ajuizou pedido para que o Tribunal de Justiça do Estado (TJPA) determine que o Governo do Estado intervenha no sistema de Saúde de Ananindeua. É que o fechamento de clínicas e hospitais prejudica os moradores da cidade e sobrecarrega os sistemas de saúde de toda a Região Metropolitana. Só os hospitais de Belém e do Governo do Estado registraram um aumento de 88 por cento, no primeiro trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre de 2023, nos atendimentos a pacientes oriundos de Ananindeua.

Segundo o advogado Giussepp Mendes, o não pagamento ou o atraso injustificado de pagamento de estabelecimentos de saúde configura “desvio de finalidade”. E “em determinadas circunstâncias”, pode caracterizar apropriação indébita de verba pública, com implicações istrativas, cíveis e penais, para os responsáveis.

Com base na Lei da Transparência, ele já solicitou informações à Prefeitura de Ananindeua sobre os recursos do SUS que não foram pagos ao CEHMO. A seu ver, o ofício enviado pelo Ministério da Saúde à SESAU e outros documentos “confirmam expressamente” o ree desse dinheiro à Prefeitura, com base na produção de serviços apresentada pela própria SESAU.

Segundo ele, a análise desses documentos “evidencia que os rees do Ministério ocorreram em conformidade com os dados de produção informados pela Secretaria de Saúde, dentro dos critérios previstos nas normativas vigentes, observando os princípios da legalidade, da eficiência e da transparência na gestão dos recursos públicos”.

Ele enfatiza que os indicadores assistenciais apresentados pela SESAU foram compatíveis com as metas pactuadas, “o que justifica a liberação dos valores por parte do Governo Federal”. E destaca que, após o ree do dinheiro pelo Ministério, “é de inteira responsabilidade da Prefeitura de Ananindeua, por meio de sua Secretaria de Saúde, a efetivação dos pagamentos aos prestadores de serviço contratados”.

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